Queria estar dentro das estatísticas
Do “eu amo, logo existo”
Aquilo que como ser humano me justifica
E tira a velha sensação de ser sozinho.
Queria de algum sentimento ser merecedor
De simpatia, de amizade ou até de dó
Para poder, ao menos, me sentir um seqüestrador
E prender a mim o amor de alguém que não me deixe só.
Queria provocar o frenesi da paixão
Na alma de algum indivíduo
Que por mim sinta grande emoção
Só de estar em meu convívio.
Queria de todo coração
Ter direito a um simples sorriso
Um sinal de compaixão
Pelo qual tanto mendigo.
Queria conquistar as pessoas
Pelo meu humilde jeito de ser
Trazendo para mim pequenas coisas
Como um abraço que não pude ter.
Queria de alguma maneira
Ter recompensada minha dedicação
E praquilo que sofri sobremaneira
Ter a devida indenização.
Queria praticar um bem
Que acalmasse a minha alma
Que servisse como tranqüilizante
Para a minha ansiedade amarga.
Queria, de fato, achar
Uma resposta p’rás minhas angústias
E conseguir, por fim, solucionar
Os meus problemas com grande astúcia.
Queria amar, amar, amar…
Por alguns segundos somente
Ter alguém a me acompanhar
E poder tirar da minha mente
Esta solidão tão displicente…
(Josiane)